Atualmente, a pandemia provocada pelo coronavírus (COVID 19) despertou a busca incessante dos cientistas em descobrir a cura da doença. Dentre os principais medicamentos estudados, destacam-se a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Porém, o uso indiscriminado dos mesmos pode trazer sérias consequências à saúde ocular.

Se deseja conhecer mais sobre o assunto, acompanhe o artigo a seguir e descubra outras informações relevantes, incluindo indicação de uso do medicamento, mecanismo de ação e efeitos colaterais.

Boa leitura!

USOS CLÍNICOS

A cloroquina é administrada via oral. As principais indicações consistem no tratamento da malária (transmitida por mosquitos) e de doenças reumatológicas (artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico).

MECANISMO DE AÇÃO

Desde os anos de 1960, é conhecido o potencial efeito antiviral da cloroquina para uma grande variedade de vírus incluindo o SARS-CoV. Um ensaio clínico recente evidenciou que a cloroquina tem efeito in vitro contra o COVID 19 e um outro estudo mostrou que a hidroxicloroquina tem um efeito semelhante com uma dose inferior e, portanto, com menor toxicidade.

No caso da malária, sabe-se que essas drogas atuam contra os diferentes estágios do ciclo de vida do parasita.  

EFEITOS ADVERSOS

A cloroquina e a hidroxicloroquina podem apresentar reações adversas como: cólicas, náuseas, diarreia, cefaleia, insônia, hiperemia na pele e até mesmo alterações cardiológicas.

Os sinais oculares de toxicidade da cloroquina ou hidroxicloroquina incluem depósito na córnea, poliose (“branqueamento dos cílios”), uveíte anterior (inflamação ocular), catarata, neurite óptica e alterações retinianas (maculopatia em olho de boi - “bull's eye”). A maculopatia, por exemplo, tem relação direta com a dose e uso prolongado dos fármacos.

A imagem abaixo (à direita) mostra importante efeito colateral na retina causado pelo uso de cloroquina.

OLHO NORMAL	MACULOPATIA EM OLHO DE BOI

Dr. Eduardo Mabtum
CRM: 134469